Bettina comemora realização de cirurgias de “ouvido biônico”
Um homem e uma mulher paraenses se submeteram às cirurgias de implante coclear, no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS) da UFPA, única instituição do norte do País credenciada pelo Ministério da Saúde para realizar o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As cirurgias foram realizadas nesta quarta-feira, 26. A imprensa, servidores e médicos residentes do Hospital puderam acompanhar a transmissão, ao vivo, no auditório do HUBFS.
Os pacientes que se submeteram à cirurgia foram Jherikson Diniz, 23 anos, que mora em Limoeiro do Ajuru, nordeste do Pará; e Rosilene de Lima, 35 anos, que mora em Belém. Ele perdeu a audição há 14 anos, depois de ter caxumba; e ela, há uma década, após sentir febre forte. Ambos são pacientes pós-linguais, isto é, que perderam a audição, mas aprenderam a falar e possuem memória auditiva.
Segundo o cirurgião José Cláudio Cordeiro, professor e coordenador do Serviço de Otorrinolaringologia da UFPA, o implante coclear - chamado também de “ouvido biônico” - transcorreu da forma esperada pela equipe multidisciplinar. “O trabalho de todo o grupo foi um sucesso. Estamos satisfeitos e esperamos que, depois da ativação, os pacientes consigam melhores resultados com a reabilitação auditiva.”
Para o diretor geral do HUBFS, professor doutor Paulo Amorim, a realização desse procedimento, considerado de alta complexidade, faz com que a UFPA revele à sociedade paraense que tem potencial para ajudar a melhorar a saúde no Estado. “Experiências como essa fazem com que a Universidade mostre sua cara através dos muros e beneficie, principalmente, a população carente do Pará.”
O professor doutor Robinson Koji Tsuji, que participou das cirurgias e pertence à equipe de implante coclear do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, afirma que o Pará precisa comemorar, “porque essa atividade exige equipe qualificada e treinamento longo. Além disso, não há perspectiva para que o Ministério da Saúde abra um novo centro na Região Norte”, ressalta Koji, presidente da Central Brasileira de Implante Coclear.
Implante - O implante coclear é um aparelho colocado cirurgicamente, o qual faz a função das células ciliadas lesadas ou ausentes do ouvido interno e restaura – ou cria – a capacidade de captar e compreender o som, sendo encaminhado diretamente ao nervo auditivo, por meio de estímulos elétricos que chegam ao cérebro, possibilitando uma percepção sonora clara, inclusive da fala.
Ativação – A ativação do aparelho, geralmente, acontece entre 30 e 40 dias depois da cirurgia. Essa etapa é comandada pela fonoaudióloga do HUBFS, Cintia Yamaguchi, que ajudará os pacientes a descobrir, brevemente, todos os benefícios do implante coclear. “Na reabilitação audiológica e auditiva, eles começam a aprender a ouvir os novos sons. Os ajustes periódicos nos equipamentos acontecem todos os meses e se prolonga à medida que eles obtêm o nível de audição satisfatória”, esclarece Cintia.
Cirurgias – As últimas duas cirurgias realizadas foram garantidas por meio do credenciamento que o HUBFS conseguiu com o Ministério da Saúde, previsto na Portaria 4.065, de 17 de dezembro de 2010, a qual estabelece recurso anual no montante de R$ 1,1 milhão, a ser incorporado ao teto financeiro de média e alta complexidade do Estado do Pará e do município de Belém. “Com isso, realizaremos duas cirurgias por mês. Hoje, temos 50 pacientes selecionados para realizar o implante, então, objetivamos ampliar o atendimento. Por isso, vamos conversar com o novo secretário de Saúde do Estado, Hélio Franco, e solicitar que nos garanta as 16 das 18 cirurgias que a gestão tinha doado ao HUBFS. Duas já ocorreram em outubro de 2010”, explica o professor Cláudio.
Implantados – Até outubro de 2010, eram cerca de 300 mil implantados em todo o mundo. No Brasil, onde se realiza 500 implantes ao ano, eram mais de 3 mil. Os Estados brasileiros que possuem Centro SUS de implante coclear são: Rio Grande do Sul (1 centro), Paraná (2 centros), São Paulo (3 centros na capital, 4 centros no interior), Rio de Janeiro (1 centro), Minas Gerais (4 centros), Distrito Federal, Bahia (1 centro), Pernambuco (1 centro), Rio Grande do Norte (1 centro), Ceará ( 1 centro) e, agora, o Pará (primeiro centro na Região Norte).
Texto: Cleide Magalhães – Assessoria de Comunicação do HUBFS
Fotos: Alexandre Moraes
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