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Mesa redonda A Globalização Financeira e a Amazônia nos Anos 90

Um mergulho na história da economia na Amazônia que esclarece o quadro econômico e social vivido hoje na região. É assim que podemos definir a mesa redonda “A Globalização Financeira e a Amazônia nos Anos 90”, com a participação de David Carvalho, professor do curso de Economia do Centro Sócio-Econômico da  Universidade Federal do Pará e da Unama, além de Alex Fiúza de Mello, reitor da UFPa. Esta terceira edição dos “Encontros da SBPC” - organizado pela secretaria regional da entidade para debater temas a serem discutidos na reunião Anual da SBPC que acontece no Pará no ano que vem – acontece nesta quarta-feira,  dia 31 de maio, às 16hs, no auditório Setorial Básico I, no campus básico da universidade.
PHd em Economia, formado no Instituto de Economia da Unicamp, o professor David Carvalho recentemente lançou um livro sobre o assunto que reúne artigos apresentados em fóruns acadêmicos nacionais e internacionais. Para ele, a globalização financeira é o tipo de globalização mais visível e que nos permite entender o quadro econômico mundial, nacional e da Amazônia, região que possui uma economia historicamente extrativista.
“Se nós quisermos saber como isso se deu temos de tomar como referência o momento que a Amazônia desponta com um tipo de produto a oferecer, que se chamou ciclo das drogas do sertão, como era conhecido naquela época, o que nós chamamos hoje de biodiversidade”, explica.
O colonizador português implanta esse processo em duas fases. Na primeira, eles tentaram combinar a exploração agrícola com a extrativa. Só que os índios resistiram à exploração na agricultura e houve fracasso da conquista pela força bruta. Vem então outra estratégia, mais sutil, baseada na catequese. Portugal envia pra cá as missões religiosas. E é com elas que vai haver o apogeu das drogas do sertão.
“Isso foi feito com os missionários que acabaram usando a religião convertendo os índios bravos em índios dóceis. O índio aprendia com o padre o cultivo e ensinava para o padre como coletar na Amazônia todos os produtos da região”.
Em Portugal, Marquês de Pombal, déspota esclarecido, afasta a igreja do Estado. A reação entre o estado político e o religioso vai ter repercussões na Amazônia. Portugal, e não mais a Igreja, passa a controlar a comercialização dos produtos retirados da floresta. “Aí temos os primeiros laços de aprisionamento da Amazônia, porque ela não teve a oportunidade de vender seus produtos pra quem ela quisesse, mas apenas para o governo português. O que se chama exclusivo comercial”, completa o professor.

Publicado em: 31.05.2006 09:43