Música na escola como auxílio na aprendizagem
Dacia já possuía diversas experiências anteriores
envolvendo a música aplicada à educação. Durante vários anos ministrou
aulas para turmas de primeira à quarta série como professora
polivalente no Centro Educacional Logos, escola particular do bairro do
Coqueiro, em Ananindeua. A música tinha papel importante nas suas
aulas. A arte-educadora sempre começava as aulas com uma música; às
vezes, inclusive, fazia músicas sobre os conteúdos da aula e as tocava
no violão acompanhada pelos estudantes. “Depois do recreio eu sempre
colocava uma música clássica, bem tranqüila para acalmar os alunos . Só
depois da música, com eles já bem tranqüilos, que a gente começava a
aula”. A produção do trabalho constou de dois momentos. No primeiro,
Dacia pesquisou os efeitos da música no ser humano e suas aplicações na
educação. Em outro foi feita uma pesquisa de campo acerca do uso da
música dentro de uma metodologia educacional e seus efeitos.
Na parte de pesquisa encontrou diversos estudos
sobre o efeito da música em crianças. Algumas citavam o efeito de
relaxamento que a música clássica apresentava nelas quando se
acostumavam ao estilo ainda na barriga da mãe. “Cheguei a presenciar
uma experiência assim. Uma amiga minha, quando estava grávida, sempre
escolhia um momento do dia para ouvir uma música clássica e relaxar.
Lembro de ver uma vez, depois do nascimento do bebê, ela colocou pra
tocar a música clássica e o bebê, que tinha só alguns dias de vida,
abriu os olhos e começou a olhar ao redor,inquieto, procurando o local
de onde vinha o som. Ele já conhecia a música”.
A parte da pesquisa de campo foi feita no Centro
Educacional Triunfo, escola particular do bairro da Pedreira em
Belém. Na visão de Dacia, o Triunfo tem um projeto de
aplicação de musica-educação muito interessante. "O
colégio tem uma disciplina de Educação Musical,
professores que aplicam a música em suas matérias , uma banda escolar e
outros projetos musicais extraclasse" informa. A observação foi muito
positiva. Os alunos do colégio ressaltaram o quanto eles relaxavam
através das atividades musicais em sala de aula, o quanto eles se
sentiam bem em tocar um instrumento, mesmo os mais simples, e ao se
apresentarem nas festas e apresentações da escola. “Havia um garoto
muito problemático, com comportamento muito ruim. Uma das orientadoras
sugeriu que ele fosse inscrito em uma das turmas de música. Depois de
um tempo fazendo música o seu comportamento melhorou
significativamente, sem nenhuma terapia ou tratamento especial”.
A música é uma ferramenta de educação muito
antiga, já em 1500 os padres jesuítas a utilizavam em seus projetos de
catequese escolar, mas, hoje em dia, é deixada em segundo plano dentro
do cenário da educação. Quase que apenas alguns professores de cursos
pré-vestibular ainda se utilizam da música para passar conteúdos,
embora a relação escola-vestibular seja apontada por Dacia como um dos
fatores da exclusão dela dos currículos. “As escolas são, de um modo
geral, muito pobres, faltam recursos para quase todas as áreas da
educação. Na dificuldade de se administrar os poucos recursos, a música
acaba ficando de fora. Sabemos da importância da música e do quanto os
alunos se envolvem com ela, mas no final das contas o que vai cair no
vestibular? Música não cai no vestibular” diz.
Texto: Taion Almeida
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