Eventos que provocam ciúme em homens e mulheres são realmente diferentes?
"Eventos que provocam ciúme em homens e mulheres são realmente diferentes?’’, é o título de um dos trabalhos apresentados na XI Semana de Psicologia da Universidade Federal do Pará, encerrada na última sexta-feira. A doutoranda Maria de Nazaré da Costa, do Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento, autora do trabalho, informou que os estudos sobre o ciúme só tomaram força a partir dos anos 80 e 90, com crescente número de publicações que traziam os aspectos psicológicos e sociais do ciúme. Maria explicou que seus estudos seguem duas linhas de pesquisa: a psicologia evolucionista ou evolutiva e a psicologia cognitiva. Para a psicologia evolucionista, homens e mulheres se diferem na questão do ciúme e para os cognitivistas, ele é explicado como um resultado de emoções que ocorrem simultaneamente no individuo. A doutoranda utilizou o conceito de Fisher para a compreensão do ciúme. Para ele, o sentimento é uma resposta antecipatória à traição. Segundo esse autor, a função do ciúme para o homem é a de proteger a parceira contra o risco de perda e para a mulher a função do ciúme é afastar o homem das mulheres chamadas ‘’rivais’’.
Para exemplificar sua apresentação, Maria mostrou o resultado de um estudo realizado por Bast (1992) com 202 estudantes de ambos os sexos e diferentes nacionalidades. O estudo se deu acerca da temática do ciúme, onde os estudantes deveriam responder à seguinte pergunta: ‘’O que preocuparia ou causaria mais o sofrimento? A infidelidade sexual ou infidelidade emocional? O resultado da pesquisa mostrou que os homens escolheram a opção infidelidade sexual e as mulheres escolheram infidelidade emocional. De acordo com Maria, o resultado dessa pesquisa evidencia muito bem a diferença entre os gêneros quanto aos motivos do ciúme. Segundo ela, vários autores que estudam o tema propõem a diferença entre os sexos na chamada ‘’hipótese do duplo disparo’’ que diz que homens e mulheres se preocupam com todas as infidelidades. Ao concluir a apresentação, ela afirmou que a cultura tem um papel fundamental na instalação de crenças (regras) que foram estabelecidas pela sociedade. Entretanto, diz que o uso da psicologia evolutiva não é o único caminho para se chegar a uma conclusão definitiva sobre as causas do ciúme, que, segundo ela, ainda é pouco estudado no país.
Texto: Bruno Magno (Assessoria de Imprensa da UFPA)
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