As fronteiras da nanotecnologia
As possibilidades de aplicação da nanotecnologia na vida cotidiana são inúmeras. Ela pode ser uma grande aliada para aumentar a capacidade de armazenamento e processamento de dados de computadores; criar novos mecanismos para entrega de medicamentos, mais seguros e menos prejudiciais ao paciente dos que os disponíveis atualmente; criar materiais mais leves e resistentes do que metais e plásticos para prédios, automóveis e aviões. Isso significa que manipular diretamente os átomos – de dimensões nanométricas - e construir novos materiais envolvem diferentes áreas do saber, especialmente a Física, a Biologia, a Química e a Engenharia. O tema é um dos mais recentemente discutidos pela comunidade científica e atraiu grande público para o Centro de Capacitação da UFPA, por ocasião da palestra do presidente da Sociedade Brasileira de Física, Adalberto Fazzio, na manhã de hoje (18)
Ele reitera que a área é totalmente interdisciplinar e já conta mesmo com algumas contribuições da Sociologia, que estimula a reflexão sobre as implicações da nanotecnologia nas questões sociais e éticas, assim como aconteceu com os estudos das células-tronco. Apesar disso, na opinião de Adalberto, a estruturas universitárias dificultam a interlocução entre os diversos saberes e não existem políticas educacionais que promovam essa comunicação nos demais níveis de ensino. Um problema que alguns cursos de pós-graduação estão conseguindo superar.
Professor titular da Universidade de São Paulo, Adalberto Fazzio garante que a pesquisa em nanotecnologia no Brasil já consegue competir com outros países mais desenvolvidos. A limitação está, opina ele, na transformação desse conhecimento em riquezas, ou aplicações. Existe uma tentativa do governo em fomentar os estudos na área, e mesmo em legislar sobre o assunto e promover as incubadoras, mas Adalberto sugere que é preciso que as grandes empresas nacionais invistam em inovação.
Junto com dois professores do Departamento de Física da UFPA, Jordan Del Nero e Ângela Klautau, Adalberto diz estar abrindo novas possibilidades de estudo na área.
Texto: Érika Morhy (Assessoria de Imprensa da UFPA)
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