UFPA apóia Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental
Com apoio da Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém será sede, de 7 a 10 de setembro, do II Congresso Internacional e VIII Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental, promovidos pela Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental, presidida pelo sociólogo e psicanalista Manoel Tosta Berlinck. Os eventos trazem como tema central “Psicopatologia e Cultura” e têm como presidente a professora e doutora da UFPA, Ana Cleide Guedes Moreira, e presidente de honra a professora doutora da Unicap, Edilene Freire de Queiroz.
No dia 7 de setembro, a programação acontecerá no Campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) e de 8 a 10 de setembro, no Hotel Sagres. A realização dos congressos também tem apoio local da Secretaria Executiva de Saúde Pública (Sespa) e do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB).
O programa científico é composto por cursos, mesas redondas, conferências, simpósios, apresentação de temas livres e pôsteres. Também acontecerá o Concurso Internacional “Pierre Fédida” de Ensaios Inéditos de Psicopatologia Fundamental. As inscrições para os congressos devem ser feitas por meio do site www.fundamentalpsychopathology.org
A Psicologia Fundamental é o estudo sobre o sofrimento psíquico. O termo foi usado pela primeira vez, há 30 anos, pelo Professor Doutor Pierre Fédida e seus associados na Universidade de Paris 7, onde foi criado o Laboratório de Psicopatologia Fundamental e Psicanálise.
Ao contrário da Psicopatologia Geral, a Psicopatologia Fundamental não está interessada na descrição e classificação das doenças mentais, pois se baseia no pressuposto de que o sofrimento manifesta uma subjetividade que é capaz, por meio do relato, da expressão em palavras, de transformar o sofrimento numa experiência que serve para existência do próprio paciente e talvez até para outras pessoas.
Apesar dessa visão, a Psicopatologia Fundamental não dispensa a utilização dos saberes da Psicopatologia Geral, como também da filosofia, psicologia, psicanálise, literatura, artes, jornalismo etc., que contribuem para a compreensão do sofrimento psíquico.
Considerando o pressuposto de que nenhum conhecimento especializado é capaz de esgotar a compreensão do sofrimento psíquico, as pesquisas realizadas no âmbito da Psicopatologia Fundamental visam a encontrar palavras que exprimam, de forma mais precisa e compreensiva possível, o sofrimento psíquico, que se manifesta na Clínica Psicoterapêutica. Dessa forma, a Clínica Psicoterapêutica não segue o procedimento médico visando a suprimir o sintoma apenas com o remédio.
Na ótica da Psicopatologia Fundamental, a Clínica Psicoterapêutica deve estar sempre orientada no sentido de encontrar as condições metodológicas que permitam, tanto ao paciente como ao psicoterapeuta, encontrar palavras que representem, da melhor maneira possível o sofrimento que é tratado na clinica, pois o relato o mais preciso possível produz uma transformação, fazendo desaparecer o sintoma e alterando a estrutura do psiquismo e até mesmo dos cérebros daqueles que estão envolvidos nessa prática.
A Psicopatoogia Fundamental é, então, um trabalho que visa tanto à aquisição de uma experiência inerente ao sofrimento, como produzir efeito terapêutico qualitativo modificando a posição do sujeito em relação a seu próprio psiquismo e, conseqüentemente, alterando sua posição e dinâmica no mundo.
A Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental foi criada em setembro de 2002, durante o VI Congresso Brasileiro de Psicopatologia Fundamental, em Recife, em substituição à Rede Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental, que existia desde 1996. Ela é composta por professores doutores que se dedicam ao ensino, à pesquisa e à extensão no campo da psicopatologia e que levam em consideração a subjetividade.
Seus principais objetivos são: realizar, patrocinar, promover e estimular a realização de pesquisas científicas e estudos no campo da Psicopatologia Fundamental; organizar, realizar, patrocinar e promover eventos científicos destinados à formação, treinamento e aperfeiçoamento para o avanço e a divulgação do conhecimento nesse campo; e promover e patrocinar edições de obras técnicas e científicas e publicações especializadas nessa área.
A Associação possui, atualmente 44 professores doutores de 23 Universidades brasileiras e de Universidades da Argentina, Colômbia, México e da França.
Texto: Roberta Vilanova
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