Estudo da Psicologia ajuda a compreender o luto
Estudar as reações desencadeadas pelo luto é o objetivo do projeto de pesquisa “Assistência Psicológica nas Situações de Perdas e Riscos: Quando e Por quê?". O estudo é desenvolvido pela aluna de Psicologia Fernanda Neves, bolsista do Programa Institucional de Iniciação Cientifíca (Pibic), sob orientação da professora Airle Miranda de Souza, do Departamento de Psicologia da UFPA.
O trabalho faz uma avaliação das situações de perdas reais e mudanças como geradoras de crise psicológica. Também procura analisar as implicações da perda nas condições de saúde, visando contribuir no planejamento e desenvolvimento de serviços voltados a população.
Fernanda atua como bolsista no primeiro Ambulatório do Luto em Belém, localizado no Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, onde são atendidos pacientes com dificuldades de lidar com o sentimento de perda. Ela explica que o luto é uma reação normal à morte de pessoas queridas e às perdas por separação de bens materiais ou por mudanças.
“O sentimento de perda requer uma adaptação à condição de viver sem a pessoa querida ou sem o bem", afirma. De acordo com Fernanda, os resultados das pesquisas indicaram que perdas e mudanças são situações que geram estresse, o que pode afetar a vida social e familiar de um indivíduo, que pode entrar em um estado de crise. Nesta fase surgem diversos sintomas, como ansiedade, culpa e agitação, além da ocorrência de doenças, entre elas a depressão. A estudante destaca a importância de um serviço de assistência psicológica especializada e de fácil acesso à população, como o do "Bettina", onde os pacientes recebem ajuda psicológica por meio do projeto “Instituição, Família e Saúde Mental”, coordenado pela professora Airle.
Desde sua criação, em junho de 2004, o Ambulatório do Luto já atendeu 237 pessoas, que participam de grupos de apoio e outras psicoterapias. Segundo Fernanda, o atendimento ao paciente que sofreu uma perda deverá ser realizado logo após o ocorrido, para reverter às manifestações crônicas do luto. Em casos específicos, o acompanhamento clínico do paciente deverá ser feito antes e depois de ocorrido a perda.
Texto: Bruno Magno
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