Psicoterapia para crianças utiliza o conto de fadas
Os contos de fadas estão sendo utilizados como instrumento terapêutico para as crianças com problemas de relacionamento atendidas na Clínica de Psicologia da Universidade Federal do Pará. A psicóloga Maria Teresa Nassar apresentou resultados do estudo que está desenvolvendo com essa clientela durante a palestra “A importância dos contos de fadas na psicoterapia de crianças”, em mais uma edição da Tarde Cultural (Kulturnachmittag), promovida pela Casa de Estudos Germânicos da UFPA, no último dia 27.
A dificuldade de relacionamento que muitas crianças têm às vezes está ligada à dificuldade de fantasiar. Em alguns casos, o problema decorre da pressa dos pais em adiantar o crescimento tornando-as “adultizadas”. A psicóloga explica que crianças com esse problema têm características comuns, como agressividade, inibição, dificuldade de aprendizagem e linguagem pouco desenvolvida.
O estudo está sendo desenvolvido por meio do projeto “Conto Terapia”, do Departamento de Psicologia Clínica, com o objetivo de estimular a capacidade dessas crianças em fantasiar. “Os contos de fadas são repletos de significados disfarçados, favorecendo à criança perceber seus conflitos e ver isso como algo normal”, informa Maria Teresa Nassar. O tratamento acontece em sessões com a presença de um terapeuta contador de histórias que, juntamente com um terapeuta observador e um psicólogo acompanhante, analisam o comportamento das crianças. Em seguida, a criança é convidada a desenhar o que mais lhe chamou atenção, demonstrando, assim, sua capacidade de identificação com os personagens da história. De acordo com Maria Teresa, isso acontece porque a criança se reconhece no conto e descobre seus medos e conflitos. Ela explica que muitos desses sintomas são frutos de episódios dramáticos, repercutindo como sintomas de desejos reprimidos.
“O simbolismo dos contos de fadas permite à criança entrar em contato com suas angústias e seus sentimentos de culpa. Na psicoterapia isso é importante, pois favorece a identificação da criança com o drama vivido pelos personagens dos contos de maneira suportável, possibilitando o domínio sobre seus conflitos”, afirma a psicóloga.
Texto: Bruno Magno e Kélia Lima
Foto: Alexandre Azevedo
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