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Estudantes extensionistas contam experiências

Como parte da programação da IX Jornada de Extensão Universitária, encerrada hoje, no campus do Guamá, estudantes relataram  suas experiências com projetos de extensão, na mesa redonda “Estudantes Extensionistas: Experiências de Indissociabilidade entre Teoria e Prática na Formação de Profissionais. A mesa foi formada pelos estudantes  Deylane Bahia, do programa “Conexões de Saberes”, e Maria Gorete Gama e Silva, do “Projeto Universidade Popular e Direitos Humanos” (PUPDH), ambos do Centro Sócio Econômico
No projeto Conexões de Saberes, onde Deylane é bolsista, são discutidos diversos aspectos da realidade dos estudantes de origem popular na UFPA, com vistas a facilitar o acesso e a permanência desses alunos em seus cursos. Aluna  do curso de Ciências Sociais, Deylane  considera que a extensão é um  ganho tanto pessoal quanto para formação, por permitir o embate da teoria com a realidade. “A extensão não é um favor nem é apenas uma oportunidade de se colocar em prática a teoria, é um momento de confrontamento com a realidade. Não exitaria em jogar meus cinco anos de teoria no lixo se eles não batessem com a realidade”. Para a estudante cujas origens são populares, o choque com a realidade ocorreu ao  entrar na universidade. “Levei cerca de dois anos para absorver  as teorias. É  difícil para um estudante de origem popular compreender a lógica de uma universidade, tão diferente da que ele estava habituado” constata. A falta de conhecimento dos alunos sobre a extensão na universidade é algo lamentado pela estudante. “Se os 20% dos estudantes de origem popular da UFPA soubessem do objetivo do projeto Conexões  os resultados poderiam ser muito maiores”.

Extensão e Direitos Humanos - As dificuldades burocráticas para a implantação do  projeto de extensão  Universidade Popular e Direitos Humanos que visa o envolvimento e capacitação de representantes de movimentos sociais de Belém por meio  de cursos e discussões sobre o direito á cidadania no âmbito dos Direitos Humanos,  foram lembradas por Maria Goreti , bolsista do projeto.“Como a maioria dos estudantes trabalha durante o dia e mora em locais muito distantes, como Marituba ou Benevides, procuramos um local que não fosse de acesso muito complicado. Conseguimos espaço no campus da UEPA, mas apenas para as sextas-feiras. Aos sábados de manhã, as aulas são na UFPA”. Apesar das dificuldades diante da burocracia, os resultados comoveram a estudante “Vimos diversas pessoas abrindo mão do seu horário de descanso e lazer para estudar e conhecer seus direitos”.
A bolsista considera a extensão como  a possibilidade da  academia dar respostas para a comunidade, com quem desenvolve tantos projetos de pesquisa. “As comunidades são algumas das principais responsáveis pelo avanço acadêmico, não podem ser tratados como ratos de laboratório. Não é justo que absorvamos seus conhecimentos e não deixemos nada" afirma 

Publicado em: 07.12.2006 18:55