Os estudantes paraenses medalhistas da primeira edição das Olimpíadas Brasileiras da Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), realizadas no final do ano passado, se reuniram no Centro de Capacitação (Capacit) da Universidade Federal do Pará para a cerimônia de entrega das medalhas nesta última quarta-feira, dia 20. Foram premiados estudantes da 5ª série do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, de diversas escolas de Belém e do interior do estado como Barcarena, Castanhal, Cametá, Santa Maria do Pará e Tailândia.
   A OBMEP foi criada em 2005, em uma iniciativa dos Ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia  junto à Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e o Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), visando estimular a aprendizagem da matemática e o aperfeiçoamento dos professores dessa disciplina. Os estudantes que melhor se classificaram recebem, além das medalhas, bolsas de iniciação científica Jr. da Capes e passam a estudar a matemática dentro das universidades. Os professores dos estudantes medalhistas recebem um curso de aperfeiçoamento no IMPA e os colégios recebem laboratórios de informática novos.
   A Olimpíada consiste em duas fases de provas em que todos os alunos inscritos fazem a prova e os 5% melhores classificados de cada escola passam para a fase seguinte. “A OBMEP tem um caráter diferente das Olimpíadas Matemáticas convencionais. Enquanto a primeira tem um caráter de buscar talentos na matemática, a segunda tem um caratér de testar as habilidades mentais básicas dos estudantes”.
   “Os resultados das provas em si refletem a realidade do escola pública. Foram ruins no geral, mas a intenção de estimular o aprendizado foi conseguida. Tivemos diversos alunos que, mesmo fazendo provas ruins e não sendo aprovados para a fase seguinte comentavam terem gostado de ter tentado. Houve até um exemplo da cidade de Santa Maria, no interior do Rio Grande do Sul, onde os estudantes da primeira à quarta série ficaram tão revoltados com o fato de não haver uma categoria pra eles na OBMEP que eles forçaram os diretores da escola a desenvolver uma prova pra eles”, diz Michel Spira, professor do curso de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e um dos membros do comitê de provas da Olimpíada.
   As Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas se mostraram um sucesso. Só em sua primeira edição participaram dez milhões e meio de estudantes de todo brasil, de um total de 24 milhoes de estudantes habilitados a fazer a prova. Na edição deste ano, o número de inscritos subiu para quatorze milhões e, para o ano que vem, a expectativa é que vinte milhões de alunos participem da prova.

Texto: Taion Almeida (Estagiário da Assessoria de Imprensa da UFPA)

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